O Revezamento 4x100m livre conquista a prata no revezamento 4x100m livre, ficando atrás apenas dos Estados Unidos.
Gabriel Santos (48s30), Marcelo Chierighini (46s85), Cesar Cielo Filho (48s01) e Bruno Fratus (47s18) conquistaram a medalha de prata no revezamento 4x100m livre (3m10s34), na noite do domingo, 23/07. O tempo ainda supera o recorde sul-americano da prova feito pelo Brasil há oito anos, no Mundial de Roma 2009 (3m10s80), quando o país foi quarto colocado com Cielo, Nicolas Nilo, Guilherme Roth e Fernando Silva.
“Finalmente nadamos do jeito que temos que nadar e a história desse revezamento pede que a gente nade. Ao mesmo tempo em que é uma honra e felicidade muito grande classificar para o revezamento 4×100 livre do Brasil, a gente assina um documento falando que a gente tem que “arregaçar” na competição e subir no pódio. Com esses “caras” seria inadmissível a gente não pegar uma medalha e estar disputando o Ouro, que é o lugar onde deveríamos estar. Dá para a gente ganhar essa prova, na Coreia, em Tóquio. Ano passado tomamos uma “porrada”, ninguém saiu feliz daquela Olimpíada, se perguntando o que poderia ter sido feito melhor, inclusive eu. Não ter classificado para essa equipe ano passado foi um golpe muito duro. Estou feliz de estarmos de volta e, finalmente, ter cumprido nosso trabalho que é colocar esse revezamento entre os melhores do mundo, todas as vezes que caímos na agua. Marcelo nadou para 46. Gabriel “segurou o rojão” e nadou junto. O Cesar deixou toda a fase difícil para trás, botou a cabeça no lugar e falou “vamos”. Eu tomei vergonha na cara e falei “vamos fazer esses 100”. O pessoal lá atrás estava apoiando, ajudando, passando confiança, finalmente estamos aprendendo a trabalhar como um time, o golpe que tomamos ano passado acabou sendo um mal necessário. Sabia que tinham três caras me esperando, que acabaram de dar o máximo, e eu não podia me permitir a dar menos que o máximo”, desabafou Bruno
Apesar de ter chegado a final nas últimas quatro edições do maior Mundial da FINA, a medalha em Budapeste quebra um jejum de 23 anos, pois a última vez que o Brasil subiu ao pódio na prova foi em Roma 1994, com o time formado por Gustavo Borges, Fernando Scherer, Teófilo Ferreira e André Teixeira. Nos Jogos Olímpicos Rio 2016 o Brasil terminou na quinta posição. A parcial de Marcelo Chierighini foi a melhor de todos os participantes do revezamento e, caso tivesse ocorrido na prova individual dos Jogos no Brasil daria a ele a vitória.
Foi uma prova apertada até o último toque na placa. A equipe americana venceu com 3m10s06. Segundos de diferença que Nathan Adrian, o medalhista olímpico que fechou o time dos Estados Unidos confessou na entrevista que gostaria que o placar fosse mais elástico. Os húngaros fizeram a alegria da arquibancada com o bronze (3m11s99). Neste clima de alegria, Cesar Cielo se disse aliviado com a única medalha que lhe faltava.
“Tenho medalhas em todos os revezamentos em piscina curta e faltava esta em piscina longa. Estou muito feliz com tudo o que fiz na minha carreira. Trazer o país de volta para este pódio e ver a equipe unida, solidária não tem preço. A última vez que estive no pódio mundial foi em piscina curta, em Doha, em 2014. Então estar de volta tem um sabor de final feliz” disse Cielo.
Gabriel teve a responsabilidade de abrir e entregar a prova em boa posição para os colegas.
“Há um ano e meio que minha vida está sendo uma loucura, em questão de resultado, desde a Olimpíada. Agora vim para o meu primeiro Mundial, assumi a posição de abrir o revezamento, que muitos dizem que é ruim, mas o nosso grupo estava unido e os três me deram muita força. Não foi tão difícil assim, apesar de não ter feito meu melhor tempo foi a união que facilitou tudo e deu esse resultado. Foi uma coisa bem natural, os quatro tinham o mesmo objetivo. Independente da ordem que fosse se escolher, um ia nadar pelo outro. Eu abri, teve aquela ansiedade, claro, mas foi sensacional ter conquistado essa medalha ao lado desses três, que são ídolos para mim. Estou com uma expectativa muito boa (para a prova individual dos 100m livre), deu uma quebrada de gelo e sinto que coisa boa está por vir”, disse Gabriel.
Marcelo Chierighini teve o melhor parcial do quarteto e junto com Gabriel está preparado para a prova individual de 100m livre com ânimo renovado.
“A sensação de finalmente. Estamos na expectativa de pegar uma medalha desde 2013 e finalmente todo mundo nadou bem, “bateu na veia”, os quatro melhoraram, acertaram e baixamos muito o tempo da eliminatória para a final. Estou em choque ainda, sem palavras. Foi um prova perfeita. Passei os 50m com 21s9, jamais pensei que conseguiria fazer 46 (segundos), eu não consigo fazer isso, então foi uma barreira que quebrou mentalmente para mim. Deu tudo certo, agora tem os 100m livre e vou entrar com muita confiança”, Marcelo.
Fonte: CBDA