Clodoaldo Damaceno e Sérgio de Souza vão apitar Brasil x República Dominicana, no dia 10.
O III Torneio Quatro Nações de Handebol, que será disputado na próxima semana em São Bernardo (SP), vai ficar marcado para sempre na memória de uma dupla brasileira de arbitragem: Clodoaldo Damaceno Paz (44 anos) e Sérgio Ricardo de Souza (42) farão seu jogo de despedida no confronto Brasil x República Dominicana, no sábado, 10, às 18h.
São 15 anos de parceria. A dupla apita desde 2002 e, de lá para cá, foram cerca de 700 jogos, mais de 100 internacionais. “São tantos que nem eu sei ao certo”, brinca Clodoaldo. Os dois não estarão mais em quadra para eventos nacionais e também fora do Brasil. No entanto, continuarão trabalhando em seu estado, Santa Catarina.
Clodoaldo e Sérgio se conheceram por conta do handebol, na época em que entraram para o quadro de arbitragem da Federação Catarinense, em 1992 e 1996, respectivamente. O esporte os uniu e formou a amizade que é suporte para a vida como árbitros.
“O que mais marcou nossa dupla foi a amizade. Nossas famílias se conhecem e, apesar de morarmos a 200 quilômetros de distância, um frequenta a casa do outro. Conversamos quase diariamente e isso ajuda muito no trabalho porque te dá certa liberdade de falar coisas que, talvez, com alguém distante você não falaria. As conversas são abertas, sem medo de criticar, discordar, incentivar. Isso facilita muito porque não é só conhecer regras… tem que ter sintonia”, comentou Clodoaldo.
Uma das coisas que o handebol proporcionou para a dupla foi conhecer o Mundo. Já rodaram por toda a América e também por Egito, Macedônia, Espanha, entre outros países. E, claro, eles têm muita história para contar.
“Uma vez, estávamos em uma competição na Coreia e nosso uniforme de passeio era rosa. Estávamos em um grupo grande. Eram vários árbitros andando pela rua, vestindo rosa (risos). Tudo isso vai ficar guardado como lembrança. O handebol nos permitiu conhecer línguas e culturas diferentes. É engrandecedor.”
Quando perguntado sobre a primeira lembrança que vem à memória, Sérgio, sem pensar muito, cita três partidas. “A primeira que me vem à cabeça é disputa de bronze nos Jogos Pan-Americanos do Rio, em 2007, Cuba x Uruguai masculino. Estávamos começando nossa carreira internacional, fomos como dupla reserva, mas acabamos apitando seis jogos por termos sido bem avaliados a cada rodada”, contou.
As outras duas são mais recentes. “Lembro, também, da final do Pan-Americano Masculino Júnior de Brasília (2011). Era Brasil x Argentina, mas a dupla uruguaia que apitaria se lesionou. Então, fomos indicados e o técnico argentino aceitou. E teve o jogo por bronze entre República Tcheca e Sérvia na primeira vez que o handebol foi disputado na Universíade, em 2015, na Coreia do Sul
Agora, os catarinenses vão trilhar novos caminhos. Em março, Clodoaldo foi nomeado diretor de arbitragem da Confederação Brasileira de Handebol (CBHb). Sérgio seguiu a mesma linha e vai atuar como diretor de arbitragem da Federação Catarinense de Handebol. E a amizade, certamente, vai continuar.
Fonte: CBHb