Satisfeito com o resultado na Classe 7, o jovem quer que mais anões pratiquem tênis de mesa.
“O homem é do tamanho do seu sonho” é uma das famosas frases do poeta português Fernando Pessoa e que pôde ser comprovada na Copa Brasil Sul-Sudeste I – Maringá. Se por fora, Gabriel Takeshi (São Bernardo / ASA / Palmeiras – SP) tem 1,35 metro, a força de vontade e determinação o transformam em um gigante por dentro.
A raquete que joga a bolinha para o outro lado da mesa, também manda para longe os preconceitos. E na cidade paranaense, Gabriel deu mais um passo para alçar voos mais altos: conquistou o bronze na Classe 7, a primeira medalha dele em uma competição nacional.
“Fico muito feliz de ver que está dando resultado e que está valendo a pena, mesmo com os sacrifícios. Isso é muito gratificante. Desde que eu comecei, tenho o projeto de seguir uma caminho no tênis de mesa e, um dia, chegar à seleção. Essa é minha meta e vou me dedicar a isso”, disse ele, que completou: “Vou trabalhar bastante para melhorar alguns pontos, como minha parte psicológica, para um dia atingir meu objetivo”.
Único portador de nanismo no circuito nacional do tênis de mesa atualmente, Gabriel, que tem 19 anos, quer servir de inspiração para que outros também possam experimentar a modalidade.
“Eu nunca vi outro, o que é triste. Mas, por outro lado, peguei essa bandeira. Tento representar e me expor para que outros possam se animar e tentarem também”, afirmou.
Federado desde o meio do ano passado, o atleta foi evoluindo tecnicamente e derrubando alguns temores ao longo deste período.
“Ainda tenho dificuldade, mas vejo que estou melhorando com a bola curta. Sempre soube que, devido à minha estatura, muita gente iria se aproveitar, mas vejo que hoje recebo melhor isso. Era uma grande preocupação, mas que não é mais aquele bicho de sete cabeças”, garante.
Das brincadeiras com o pai em um clube na Zona Norte de São Paulo à medalha na Copa Brasil, Gabriel já superou diversos obstáculos. Mas ele quer ainda mais para, quem sabe um dia, chegar ao lugar mais alto do pódio e ver o mundo de cima.
Fonte: CBTM