Os atletas da seleção brasileira de tênis de mesa já sabem o que terão pela frente na Rio 2016. Com exceção de Gustavo Tsuboi, que aguarda o vencedor do confronto entre o egípcio Khalid Assar (221º) e Jianan Wang, do Congo, o restante do grupo tem ciência de quem terá de encarar para continuar a caminhada nos Jogos Olímpicos. Jean-René e Hugo Hoyama, treinadores da equipe masculina e feminina, respectivamente, fizeram uma análise do chaveamento e descreveram um pouco daqueles que vão tentar frustrar a torcida brasileira.
Para Jean-René, Hugo Calderano tem totais condições de derrotar Andy Pereira (184º), lembrando que o cubano é um velho conhecido dos nossos representantes. O comandante ressalta também que o jogo de onde sairá o adversário de Tsuboi envolve dois atletas com estilos bem diferentes.
“Andy Pereira é um cubano que já jogou Copa Latina. É bem perigoso. Classificou-se para as Olimpíadas no primeiro dia. O conhecemos bem, mora na Dinamarca, joga na Europa… É uma rodada difícil, mas acredito que o Hugo tenha todas as ferramentas para impor o jogo dele e ter o controle da partida. No caso do Tsuboi, o egípcio e o rapaz do Congo tem perfis bem diferentes. O Khalid é jovem, tem muito potencial e vontade de evoluir. O Wang não é tão jovem, mas tem uma boa experiência, uma boa esquerda”, disse.
O técnico, porém, não escondeu que, nas equipes, a missão não será fácil, mas confia em “algo especial” e afirma que os sul-coreanos terão de suar a camisa.
“Vai ser muito difícil. Exceto a China… Para mim, praticamente é o segundo melhor país do mundo, mesmo que a cabeça de chave seja a Alemanha. A Coreia do Sul já alcançou a final na Olimpíada passada, contra a China, tem três jogadores no Top 15 do mundo. Sabemos que será difícil, mas é uma Olimpíada. Podemos ter algo especial em uma competição como essa. Vamos dar o nosso melhor e colocar pressão para cima deles. Se eles ganharem, será porque superaram o nosso melhor”, salientou.
Nos confrontos individuais femininos, Hugo Hoyama acredita que os resultados positivos podem acontecer. Ele acha que o ingrediente a favor de Caroline Kumahara contra a Melissa Tapper (341ª) é a motivação. Enquanto isso, para Lin Gui, no duelo que é quase uma revanche contra Galia Dvorak (92ª), o diferencial seria a confiança.
“Melissa Tapper é canhoteira, controla bem a bola. Também atua na Paralimpíada, na mesma classe da Bruna Alexandre. Se a Carol for bem concentrada, a chance de vencer é muito boa. Acho que elas nunca se enfrentaram, mas o principal é manter o foco, a concentração e a motivação. Já a Lin, vai jogar com a Galia. A Lin já jogou contra ela em um dos Abertos recentes e perdeu, mas agora está mais confiante. Ela não tem uma bola muito forte, mas gosta de controlar bem e é rápida na mesa. A Lin terá de ter paciência, mas tem de saber disputar as bolas. É um bom jogo para que possa obter um bom resultado”, avisou.
Nas disputas por equipes, por outro lado, o Brasil vai encarar a favorita China, mas Hoyama vê como uma oportunidade de jogar de uma forma mais leve, o que pode ser benéfico:
“Na equipe, tivemos um grande azar que foi de pegar a China, a grande favorita. Mas não deixa de ser uma oportunidade de impor nosso jogo. O favoritismo é delas, mas claro que nossas atletas vão entrar focadas em fazer o melhor. Sempre temos de pensar na vitória. O mais importante é entrar com a cabeça fresca, contar com a nossa torcida. Nosso principal é jogar o mais relaxado em termos de pressão e resultado. Vamos de ponto em ponto”.