Os brasileiros viraram set “perdido”, calaram arena lotada e conquistaram o ouro em Viena.
As duplas brasileiras se acostumaram a calar arenas lotadas no Campeonato Mundial de vôlei de praia. Evandro e André Stein (RJ/ES) escreverem seus nomes na história ao se tornarem campeões na manhã do domingo, 06, após vencerem por 2 sets a 0 (23/21, 22/20) os austríacos Doppler e Horst, no estádio montado em Viena, após 57 minutos de jogo.
O carioca e o capixaba repetem Alison e Bruno Schmidt (ES/DF), que silenciaram a torcida holandesa em 2015, ao também vencerem os donos da casa Varenhorst e Nummerdor. É a sétima vez que uma dupla masculina brasileira conquista o título do Campeonato Mundial, realizado desde 1997 e disputado de dois em dois anos.
O triunfo contou com uma reação espetacular no primeiro set, quando os austríacos tiveram três set points, mas Evandro anotou três aces seguidos para virar o placar. Ao todo foram seis pontos de saque do gigante de 2.10m, que também anotou um de bloqueio e sete no ataque. André, que anotou 17 pontos, exaltou o desempenho do parceiro.
“É meu primeiro Campeonato Mundial e conquistar o título é um sonho. Só tenho a agradecer ao trabalho da nossa comissão técnica, o apoio que recebemos e o carinho dos amigos, família, da torcida brasileira. O que o Evandro realizou aqui hoje foi histórico, incrível, ele fez algo espetacular e que vai ser muito lembrado virando o jogo e nos colocando na partida novamente”, disse André, segundo maior pontuador da competição, com 172 acertos, e atleta mais jovem a vencer o evento, aos 22 anos.
“Não sabia que sou o mais jovem a levar o ouro, fico muito feliz, ainda estou emocionado. Mas não posso falar dessa final e desse torneio sem falar do que o Evandro realizou. Olho para ele e vejo um super-herói. Ele fez a diferença não apenas no jogo, mas na competição toda”, completou o capixaba.
Evandro terminou o torneio como melhor sacador, tendo acertado 43 aces. O segundo colocado, o polonês Losiak, anotou quase a metade: 22. O carioca comentou o crescimento da dupla, que se juntou no início do ano e já chega a um título mundial.
“Fomos evoluindo e ganhando confiança jogo a jogo, nos fechando e pensando no próximo objetivo. E na final nosso saque e nossa força mental realmente fizeram a diferença. É uma conquista que nos deixa muito felizes, treinamos muito, ficamos muito tempo viajando, longe de nossas famílias. O trabalho da comissão técnica e o apoio que recebemos foi fundamental para conquistar esse troféu”, declarou Evandro, que completou.
“Eu tenho treinado muito meu saque, algo que tenho feito sempre na minha carreira. Nos últimos dois anos eu tenho sacado bem no Circuito Mundial. No final do primeiro set, foi bom ter saques que entraram, mas não é sobre mim. É sobre meu parceiro, minha comissão técnica e o apoio e suporte que eles dão para que eu possa arriscar”, disse o carioca.
É o primeiro título de Campeonato Mundial para os dois jogadores, comandados pelo técnico Ednilson Costa. Evandro já tinha uma medalha de bronze, conquistado em 2015, ao lado de Pedro Solberg. Somando os naipes masculino e feminino, são 31 medalhas no torneio, sendo 12 de ouro, nove de prata e 10 de bronze.
A campanha ao título contou com sete vitórias e apenas uma derrota, ainda na fase de grupos, e apenas três set perdidos em 17 disputados. O título dá ao time brasileiro um prêmio de 60 mil dólares e 1600 pontos no ranking do Circuito Mundial 2017. A medalha de bronze ficou com os russos Krasilnikov/Liamin, que venceram os holandeses Varenhorst/Van Garderen.
Fonte: CBV