Depois de sete dias intensos de competição na Arena Carioca 2, no Parque Olímpico, o judô brasileiro encerrou sua participação nos Jogos Olímpicos Rio 2016 na sexta-feira, 12, com três medalhas conquistadas. O ouro épico de Rafaela Silva no peso Leve e os bronzes, assim como em Londres, de Mayra Aguiar, no meio-pesado, e de Rafael Silva, no pesado masculino. O judô brasileiro agora soma 22 medalhas olímpicas na história, permanecendo como a modalidade que mais deu medalhas ao Brasil e mantendo a tradição de subir ao pódio em todas as Olimpíadas desde Los Angeles, em 1984.
Além dos pódios, o Brasil ainda teve os quintos lugares de Erika Miranda (52kg) e Mariana Silva (63kg), e os sétimos lugares de Sarah Menezes (48kg) e Felipe Kitadai (60kg). Com esses resultados, o país terminou em sexto lugar no quadro geral de medalhas do judô e, até o momento, é o esporte que mais contribuiu para o Brasil no quadro de medalhas dos Jogos Rio 2016.
Gestor de Alto Rendimento da Confederação Brasileira de Judô, Ney Wilson fez um balanço positivo da preparação e da participação dos judocas brasileiros no tatame olímpico, ressaltando o equilíbrio técnico da competição.
“A equipe se preparou muito, mas encontrou um nível equilibrado. Tivemos a distribuição de medalhas por muitos países. Dos ouros também. Vinte e seis países foram ao pódio e dez conseguiram fazer campeões olímpicos. Isso mostra que foi muito competitivo”, explica. “A gente criou uma expectativa de ter resultados pelos atletas, mas a competição estava dura. Não foi só a gente que treinou e se preparou. Países como Coreia do Sul e Mongólia ficaram atrás da gente. França, Rússia e Japão, a gente ficou perto. O nosso investimento foi para essa Olimpíada. Eles investem há décadas. Espero que o investimento continue para que a gente possa se aproximar das principais potências.”
Técnica da seleção feminina ao lado de Mario Tsutsui, Rosicleia Campos comemorou os dois principais resultados das meninas, mas lembrou também que cinco, das sete atletas chegaram ao bloco final de disputas e ficaram entre as sete melhores do mundo em suas categorias.
“O judô feminino tinha muita munição. O resultado, em termos de medalha, foi igual ao Londres, mas fizemos quatro disputas por medalha, conquistando dois pódios, dois quintos lugares e um sétimo”, disse. “Todas sabem que fizemos uma excelente preparação. Não faltou nada. A nossa programação estava planejada desde o ano passado, com ajustes a cada treinamento. Fizemos vários encontros, com treinamentos nacionais, internacionais e tínhamos capacidade, sim, de ganhar mais medalhas. A competição Rio 2016 acaba hoje e amanhã já começamos a pensar em Tóquio, trabalhando para o próximo ciclo.”
Do lado masculino, Luiz Shinohara destacou o processo de renovação pelo qual a equipe masculina passou, levando quatro estreantes para esses Jogos e celebrou a evolução do time como um todo.
“A gente veio com uma equipe em renovação. Lógico que gostaria que tivesse um desempenho melhor, mas fiquei satisfeito com o desempenho dos dois medalhistas de Londres, Rafael e Kitadai”, avaliou. “Vi uma evolução muito grande, tanto física, quanto tecnicamente dos atletas como um todo. Chegaram, realmente, na melhor fase deles para essa competição. Agora é trabalhar com esses novos atletas para melhorar. Poderíamos, sim, ter tido uma medalha a mais, mas o resultado foi dentro do que esperávamos.”
Fonte: CBJ
Fotos: Marcio Rodrigues/MPIX/CBJ