Rafaela, Érika e Kitadai, conquistaram três pratas no primeiro dia e Maria Portela o bronze no segundo. No sábado, o Brasil será representado por mais oito judocas.
Na madrugada de quinta-feira,26, iniciou o Grand Slam de Abu Dhabi e o Brasil começou bem com três medalhas de prata para o Brasil, de Rafaela Silva (57kg), Érika Miranda (52kg) e Felipe Kitadai (60kg).
Para chegar à final, Kitadai venceu Mohammad Rashnonezhad, do Irã, na primeira luta forçando três punições ao adversário. Em seguida, conseguiu três waza-aris para superar o russo Albert Oguzov, nas oitavas-de-final. Nas quartas, Kitadai marcou um waza-ari a poucos segundos do fim da luta contra o cazaque Gusman Kyrgyzbayev e avançou à semi, onde derrotou o georgiano Amiran Papinashvili por ippon com uma chave de braço. Na decisão pelo ouro contra Robert Mshvidobadze, da Rússia, o brasileiro levou três punições e ficou com a prata, seu primeiro pódio em 2017 depois de ficar um longo tempo afastado recuperando-se de uma cirurgia no ombro direito. Abu Dhabi foi apenas sua segunda competição do Circuito Mundial neste ano.
O Brasil ainda foi representado por Phelipe Pelim (60kg) na mesma categoria de Kitadai, mas o brasileiro caiu na primeira luta frente a Sukhrob Boqiev (TJK).
A segunda finalista do primeiro dia foi Érika Miranda (52kg), que superou a argentina Oritia Gonzalez por ippon na primeira luta. Em seguida, pontuou com dois waza-aris para passar pela portuguesa Joana Ramos e, na semi, projetou a americana Angelica Delgado por ippon para chegar à grande final, onde enfrentou a belga Charline Van Snick, medalhista de bronze em Londres 2012 no peso Ligeiro (48kg). No combate, a belga conseguiu um waza-ari e finalizou a brasileira com uma chave de braço para ficar com o ouro.
A campeã olímpica também lutou bem, estreando com vitória por waza-ari contra Julia Kowalczyk, da Polônia. Nas oitavas, derrotou Amelie Stoll, da Alemanha, por ippon, e, na semifinal passou pela canadense Jessica Klimkait por um waza-ari. A luta pelo ouro foi um reencontro com sua adversária da final olímpica no Rio 2016, a mongol Sumiya Dorjsuren que, em setembro conquistou o título mundial da categoria. Logo no início, Rafaela projetou a mongol, a arbitragem marcou um waza-ari a favor da brasileira, mas os árbitros de vídeo retiraram a pontuação. Rafa continuou mais agressiva e forçou uma punição à Dorjsuren no tempo normal. Sem pontuações, o combate foi para o golden score, onde a judoca da Mongólia conseguiu pontuar com um waza-ari para ficar com o ouro.
“Estou feliz com o resultado e por poder estar ali no pódio. Mas, saio com a certeza que poderia ter sido um resultado diferente não fossem pequenos detalhes, como o golpe em que eu quase marquei o waza-ari”, avaliou Rafaela. “Depois de mais de um ano lutar novamente com a mongol parecia que estava voltando aos Jogos Olímpicos. Foi uma luta boa. Acho que todos estavam esperando esse reencontro. Mas, ainda temos competições esse ano e durante o ciclo para ajustar cada detalhe que ainda está faltando.”
Na madrugada desta sexta-feira,27, segundo dia de competição, a brasileira Maria Portela teve o melhor desempenho entre os brasileiros que lutaram no segundo dia. Ela conquistou o bronze do peso médio feminino (70kg) ao vencer por ippon a alemã Laura Vargas Koch.
Maria estreou com vitória por ippon sobre a russa Valentina Maltseva. Nas quartas, abriu um waza-ari de vantagem contra Miriam Butkereit, mas acabou imobilizada até o ippon pela alemã. A recuperação veio na repescagem, com vitória sobre a belga Lola Mansour, que levou três punições e foi desclassificada da luta.
Na disputa pelo bronze, ela encarou a medalhista olímpica Laura Vargas Koch, bronze no Rio 2016, e dominou a luta desde o início abrindo um waza-ari de vantagem no primeiro minuto. Portela chegou a ser punida duas vezes por falsos ataques, mas conseguiu nova projeção (2º waza-ari) conectada à imobilização até o ippon. Essa foi sua sexta medalha em etapas de Grand Slam (1 ouro, duas pratas e três bronzes).
Outros quatro brasileiros também lutaram nesta sexta-feira, mas não avançaram às disputas por medalhas. Eduardo yudi Santos (81kg) estreou com vitória sobre Damian Szwarnowiecki (POL), mas parou no mongol Dagvasuren Nyamsuren. Alex Pombo (73kg) parou no vice-campeão olímpico Rustam Orujov (AZE) e Lincoln Neves (73kg) perdeu para Khikmatillokh Turaev (UZB) após levar três punições. E, por fim, Barbara Timo (70kg) conseguiu um waza-ari contra Kim Polling, mas foi imobilizada até o ippon pela holandesa, também na estreia.
No sábado, o Brasil será representado por oito judocas: Samanta Soares (78kg), Mayra Aguiar (78kg), Maria Suelen Altheman (+78kg), Beatriz Souza (+78kg), Eduardo Bettoni (90kg), Rafael Macedo (90kg), Rafael Buzacarini (100kg) e Rafael Sivla “Baby” (+100kg).
Com os pódios do primeiro dia, o Brasil soma agora três pratas e um bronze na competição.
O Grand Slam de Abu Dhabi é uma das cinco etapas de Grand Slam do Circuito Mundial e distribui até 1000 pontos no ranking mundial ao campeão. Neste ano, vale como classificatória para o World Judo Masters (1800 pontos), que reunirá os 16 melhores de cada peso nos dias 16 e 17 de dezembro, em São Petersburgo, na Rússia.
Fonte: CBJ